quarta-feira, 8 de junho de 2011

POESIA                              E                              POLITICA




as pernas                                                               as rodas
laranja serra d’água                                              bomba no atol de mururoa
a siririca                                                                o concorde
o bem                                                                     o mal
a terra                                                                     a fome
a enxada                                                                o computador
humanismo                                                            tecnocracia
a borboleta                                                             o fisco
o milho de minas                                                    o arroz da asia
o campo                                                                  a cidade
raio de sol                                                                raio laser
a gabiroba                                                               a multinacional
o rio                                                                         a barragem
o operário                                                                o executivo
a rosa (da rosa)                                                        o cravo (da cruz)
deus                                                                          o diabo
os livros de drummond                                            o jornal do dia
de blake ou de shelley                                              de dentro ou de fora
de rimbaud ou de wiltman                                        de auto-ajuda
o arraial                                                                       a metrópole
igreja                                                                          bordel
a lavoura                                                                    a indústria
liberdade até para o inimigo                                      liberdade não é comigo.



FLOR                                         E                              ESPINHO.

quarta-feira, 1 de junho de 2011


ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE -   Lázaro Barreto.


A Violência Campeia.
Virou moda agora matar mulher e crianças? A violência campeia desde os velhos tempos, tanto nas páginas do Corão como nas do Velho Testamento. A religião não é, pois, piedade, poesia. Ao contrário, é violência, política. Está mesmo aí a figura hedionda (o diabo em figura de gente) do tal de Bin Laden. A secular matança indiscriminada em nome de Deus é uma atitude humana contraditória. Tal pessoa (o diabo em figura de gente, repito) fazia do terror um culto. Seus seguidores em muitas partes do mundo estão tramando novas mortandades. Como é que pode? Tanto o ateu como o agnóstico, encontram apoio razoável nas duas melhores fontes da sabedoria humana, na ciência e na literatura. Mas sabemos que na prática o que mais aparece em quase todos os pontos do planeta e em quase todas as partes da História é o ódio e não o amor.

O Terror.
A vingança às vezes pode ser uma forma de justiça? A mídia internacional explora o sumiço que os EUA deu no terrorista muçulmano abrindo o leque opinativo do favor e do contra. Creio que o ato do Obama contra o Ozama (uma rima contraditória) reprisa a velha querela entre o Ocidente e o Oriente, com as variações formais que a história registra ao longo do tempo. Creio que se toda missão social de um terrorista é matar, ele não passa de um assassino. Existem outras maneiras de vier, não? Obama sim, Ozama não.

Os Amigos do Alheio.
Alguém me lembrava, outro dia, que a história moderna da política brasileira tem mais vilões do que heróis. E citou, textualmente, os nomes execráveis de alguns maus exemplos: Ademar de Barros, Paulo Maluf, Fernando Collor, Antônio Garotinho, José Sarney (o pior de todos?), Newton Cardoso, José Dirceu, Renan Calheiros, Jader Barbalho e toda a cambada de fichas-sujas a nível municipal, estadual e federal, tanto no legislativo, como no executivo, culminando, enfaticamente, com o nome do tal de Palloci.

As Caixas Pretas.
O acidente em 31 de maio de 2009 do Airbus na rota Rio-Paris, matando 228 pessoas, estava com as causas inexplicáveis até agora. Com o resgate das caixas a 3.900 metros de profundidade no Oceano Atlântico, em perfeito estado, as explicações certamente virão. Lembro-me que na época eu viajava com a esposa na ponte aérea São Paulo-Belo Horizonte, tendo do lado esquerdo de nossas poltronas um senhor que durante a conversação revelou ser piloto profissional – o que aguçou meu interesse sobre o acidente do Airbus. Ele, respondendo à minha pergunta sobre o que teria provocado a tragédia, limitou-se a dizer que só as caixas pretas poderiam revelar a verdade. “Mas elas jamais serão encontradas”, ele acrescentou. Resposta que para mim deixava no ar a suposição de ter havido erro humano. Errar é humano, lá diz o ditado, que acrescenta: e perdoar é divino.

A Responsabilidade Cultural.
Na qualidade de um escritor conferencista de projeção internacional, Ítalo Calvino não batia numa só tecla; apontava a escuridão sem despregar os olhos dos botões acendedores da luz. Não queria que a nova geração herdasse os descaminhos e desencontros dos novos tempos, mas sim uma postura positiva em relação à vida, para contracenar e amainar “a nossa insuprimível, amargurante, sacrossanta insatisfação”.

Ministério da Deseducação.
É o fim da picada, penso, quando sinto que entre os desmandos politiqueiros que a mídia não cansa de denunciar (sem surtir o menor efeito, desgraçadamente), surge agora uma instrução didática do ministério da deseducação em adotar um livro que promove o não ensino da língua padrão (jogando no lixo a gramática e o dicionário), liberando o alunado para falar e escrever com a barbaridade da língua feia e errônea de exemplos como os “nóis vai”, “menas laranjas”, “ocê num ta cum nada”, etc etc, o diabo a quatro.

Adendo.
Ophir Cavalcanti, Presidente da OAB, estranhando a súbita e astronômica riqueza do ministro palocci, declarou que “só há duas formas de ficar rico rapidamente: recebendo herança ou ganhando na loteria”. – Falou e disse. Mas... E as providências a serem tomadas?